Derivada do grego parabole (narrativa curta), a parábola é uma alegoria escrita em forma de narração, em que as personagens são seres humanos ou ideias apresentadas como pessoas. Este tipo de texto transmite uma lição ética através de uma prosa metafórica, de uma linguagem simbólica, ilustrando verdades e sintetizando ensinamentos.
Além de ser protagonizada por seres humanos, a parábola se diferencia da fábula e do apólogo por possuir a alegoria mais ricamente trabalhada. Trata-se de um gênero muito comum na bíblia, em que estão escritos originalmente e de forma sucinta em versos (versículos).
Fonte:https://www.estudopratico.com.br/fabula-parabola-e-apologo/
Exemplo:
Barulho de carroça
Uma das grandes preocupações de nosso pai, quando éramos
pequenos, consistia em fazer-nos compreender o quanto a cortesia é importante
na vida.
Por várias vezes percebi o quanto lhe desagradava o hábito
que têm certas pessoas de interromper a conversa quando alguém está falando.
Eu, especialmente, incorria muitas vezes nesse erro. Embora visivelmente
aborrecido, ele, entretanto, nunca ralhou comigo por causa disso, o que me
surpreendia bastante.
Certa manhã, bem cedo, ele me convidou para ir ao bosque a
fim de ouvir o cantar dos pássaros. Concordei, com grande alegria, e lá fomos
nós, umedecendo nossos calçados com o orvalho da relva. Ele se deteve em uma
clareira e, depois de um pequeno silêncio, me perguntou:
– Você está ouvindo alguma coisa além do canto dos pássaros?
Apurei o ouvido alguns segundos e respondi:
– Estou ouvindo o barulho de uma carroça que deve estar
descendo pela estrada.
– Isso mesmo... É uma carroça vazia...
De onde estávamos não era possível ver a estrada e eu
perguntei admirado:
– Como pode o senhor saber que está vazia?
– Ora, é muito fácil. Sabe por quê?
– Não! - Respondi-lhe intrigado.
Meu pai pôs a mão no meu ombro e olhou bem no fundo dos meus
olhos, explicando:
– Por causa do barulho que faz. Quanto mais vazia a carroça,
maior é o barulho que faz.
Não disse mais nada, porém deu-me muito em que pensar.
Tornei-me adulto e, ainda hoje, quando vejo uma pessoa tagarela e inoportuna,
interrompendo intempestivamente a conversa de todo o mundo, ou quando eu mesmo,
por distração, vejo-me prestes a fazer o mesmo, imediatamente tenho a impressão
de estar ouvindo a voz de meu pai soando na clareira do bosque e me ensinando:
''Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz''.
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